domingo, 24 de outubro de 2010

Pra não dizer que não falei das flores

Eu vi vasos com com flores no apartamento térreo. A porta de entrada está limpa, assim como a beirada da janela. Por ela vejo luzes e escuto o som de pessoas conversando. Quem serão? Como serão os novos inquilinos. Aranhas e pó residiram ali por quase dois meses. Dois meses e um ambiente sem vida. Pessoas chegaram. Quantos são? Não vi se há homens ou mulheres. Ou se há mulheres e um homem. Ou ainda homens e uma mulher. A única coisa que tenho certeza são as flores. Delas eu gostei. Mesmo que não falem ou definam seus sexos.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

do mar, de dentro de casa

na escuridão do lado de lá do mar, anuncia-se que vem tempestade, trovoadas e muita água. lá fora as gotas caem sobre os telhados e formam cascatas porque a calha está quebrada. abro a janela e sinto o vento frio bater em meu peito. respiro a umidade salina. se eu estivesse molhado, do lado de dentro de casa, as paredes fariam aquecer o que há de mais frio em mim nos dias de chuva. coisa essa que ainda não sei.

sábado, 2 de outubro de 2010

deserto

seja o meu mar
molhe o seco serrado
engasgado
com a relva ainda miúda
no deserto plantada
oásis verdadeiro
miragem por desespero
sangria desatada
debaixo de sombra de coqueiro