quarta-feira, 18 de abril de 2012

velho coração

neste velho mundo
pessoas novas e velhas
vindas de tantos lugares

quatro cantos?
engano pensar assim
corações não batem apenas em quatro direções
o vento nega saber
dele e desses corações

chuva à tarde

gotas de chuva
teu cheiro quando beija a terra
no nariz
todas as tardes chuvosas de minha infância

consciência

ah, consciência
perversa amiga-inimiga
diga-me a verdade
eu digo mentiras?
culpo-a pela calmaria
pelo tormento

tenho dúvidas
questiona-me
questiono a si
podes, por favor
ser menos má?
deixa lá
dose a compaixão

segunda-feira, 16 de abril de 2012

pássaros

voa no imenso céu
aterrisse em meus braços
quem me dera poder estar lá
disputar ventos
seria tão livre
livre e distante de ti

perfeito

sem a voz que expressa meu silêncio
consolo-me
findo o tormento
foge-me a vontade de falar
ando às margens de mim
com o vento a bater em meu peito
arrefecendo as emoções
onde estás?
onde estás?
procuro-o em mim
ser perfeito
quando encontrá-lo
hei de perder o rumo
as formas
ignóbeis para os teus olhos

cálice

dê-me o cálice
ofereço felicidade
beba-a
brindemos