quinta-feira, 28 de abril de 2011

brisa

na brisa do mar
mergulhar em sua imensidão
perder a vista lá longe
que mesmo chegando, chegando...
continua distante
relevo a beleza
e os teus mistérios
navegando sobre ti
seguindo o caminho da correnteza mansa
até o barco chegar ao porto
sei lá onde ou quando
ou ainda talvez
assobio, ajeito o chapéu
e deixo-me levar

comigo, minha vida contigo

reflita no que pensei: só a tua boca beijou meus lábios bem mais do que minha caneca de café favorita. e eu bebo muito café. você sabe disso. só o teu amor é maior por mim do que o meu amor próprio. apenas teus ouvidos escutam o meu silêncio. e os mantém atentos ao meu falatório incessante, irritante, prolongado. e somente você consegue calar-me com o teu silêncio. caretas são formas de reviver a criança interna. e eu amo as caretas. amo todas as emoções e situações cotidianas. amo-te. te amo. amo. de qualquer forma e em qualquer ordem que se construa essa frase. construção, base da minha vida, fico tranquilo quando deito ao teu lado à hora de dormir. amanhã de manhã, acordar e sorrir. ainda com sono, olhar para o teu rosto e perceber a paz. ter um momento egoísta de felicidade. vou ser generoso quando sorrir para ti. e pensar nessas pequenas-grandes coisas. dessa minha vida contigo. dessa tua vida comigo. dessa nossa grande e valiosa vida.

terça-feira, 26 de abril de 2011

comiseração

na paixão ardente
somente por uma das partes
a outra, ausente
mostra suas idiossincrasias para o teto
que capta os pensamentos e não opina
mostra comiseração
com um olhar de cachorro sem dono
enquanto solta fumaça pela boca
a mulher levanta e diz ao homem:
adeus

tempo para recordar

não se lembra dos tempos passados
do tempo que lhe resta
apenas o tempo para recordar

quarta-feira, 20 de abril de 2011

indecisão

construa um balão.
sei, não. para aonde vou?
voa, homem. a vida não vai te esperar.
sigo qual direção?
escuta o coração, ruma pro Norte
e vai.
aproveita o vento. esqueça Leste e Oeste
quando cansares do Norte, retorna ao Sul
aqui?
sim. não esqueça de uma coisa.
do quê?
ao atravessar o azul, preste atenção aos detalhes.
eles são importantes.
boa sorte.

insalubre

sonoridade incólume
meus ouvidos teimam ignorar
toda poesia das águas espumantes
a baterem nas pedras paradas em parede
pra lá, depois da curva
depois do cais, nada mais
uma névoa turva
embaça meus olhos lacrimosos
e traz à boca o mesmo gosto de sal do mar

terça-feira, 12 de abril de 2011

inércia

se me faltam palavras
sobram pensamentos
mãos paradas
mente em movimento
alento à alma
cansada
castigada
pelo sofrimento