sábado, 11 de dezembro de 2010

melodia

melodia silenciosa
vaidosa
soprando ao "pé" do ouvido
um ruido
ordena:
canta
encanta
a tua vida

encontro

oi?
olá!
te vi na semana passada.
onde?
em meus pensamentos. acho, na verdade, que não o vi. era mais a vontade de vê-lo.
vai me dizer que a tua vontade forçou esse encontro, aqui, nessa esquina, a esmo?
não sei. pode ser.
tá bom. você com essa coisa de Universo, conspiração a favor e contra.
e você com o seu ceticismo. cético! cético e frio.
e você, crédula e quente?
olha, preciso ir.
tchau.
tchau. que os astros te protejam. e o Universo lhe ajude.
tchau.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

de mãos dadas

vou à pé, por caminhos tortuosos. porque reto é o pensamento e a vontade de chegar. não interessa o tempo que me tome, o peso que carregue, os objetos que vão cair pela estrada. o que se perderá. sempre jovem na busca de alcançar. o quê? quem? o que eu quero. com a pessoa que quero. e a quero muito. passo a passo. passo a passo. nada de ônibus ou boleia caroneira. o mundo é de quem anda de cabeça erguida e de mãos dadas com a vida.

quem é quem?

suas lindas unhas sujas, uma delas, do dedo mediano do pé esquerdo, encravada, percebo o asseio que lhe falta. imundo. por que cospes no chão? por que se deita nesse mesmo chão batizado por teu ranho, tua sujeira interna externada? ao lado da merda. longe de toda a merda social. eu sei, eu sei, a sociedade é hipócrita. e ninguém é humano. tu és humano? de disser "sim" farar-me gargalhar de ti. por que põe as unhas na tua boca e as devora com avidez? ao invés disso, trate-as nos melhores salões de beleza. ah, meu amigo, não sou teu amigo. não use esse esmalte gorduroso oriundo do pão com manteiga suplicado à porta da padaria. e essa bermuda? não a lave semanalmente. use-a semestralmente, até puir. seu escroto. já ouviu falar em colônia? pois bem, tenha a certeza de que não é esse cheiro de mijo e de merda latente em tuas roupas e corpo. verme. me dá asco saber que estás vivo. digo, vegetando. eu vivo! vegete o teu estado negado por motivos pelos quais não faço ideia ou manifesto curiosidade mínima em saber. renegue o que era e esqueça em cada gole de cachaça. pois dessa vida, nem a sobriedade há de levar. aproveita a minha compaixão nesses breves minutos. toma esse dinheiro que joguei no chão. compre uma cachaça barata. e sinta-se o ser mais inútil desse mundo. pois eu, eu tenho valia e meu coração é nobre. o teu não vale um cobre.