quinta-feira, 10 de junho de 2010

esperança do caboclo

pelos caminhos trilhados
segue o caboclo calado
segurando os calos nas mãos
descansando a enxada no ombro

o chapéu de palha furado
ainda o protege dos dias ensolarados
árduos

pisando em pele de boi morto
carrega mais os pés
a terra vermelha é castigada
nas enxadadas
seca a alma e tudo o que há por dentro

água não tem
chuva não vem
semente plantada
acredita, um dia, vê-la enraizada

no retorno à casa
avista a vaca Esperança
magra e morta

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