segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

quem é quem?

suas lindas unhas sujas, uma delas, do dedo mediano do pé esquerdo, encravada, percebo o asseio que lhe falta. imundo. por que cospes no chão? por que se deita nesse mesmo chão batizado por teu ranho, tua sujeira interna externada? ao lado da merda. longe de toda a merda social. eu sei, eu sei, a sociedade é hipócrita. e ninguém é humano. tu és humano? de disser "sim" farar-me gargalhar de ti. por que põe as unhas na tua boca e as devora com avidez? ao invés disso, trate-as nos melhores salões de beleza. ah, meu amigo, não sou teu amigo. não use esse esmalte gorduroso oriundo do pão com manteiga suplicado à porta da padaria. e essa bermuda? não a lave semanalmente. use-a semestralmente, até puir. seu escroto. já ouviu falar em colônia? pois bem, tenha a certeza de que não é esse cheiro de mijo e de merda latente em tuas roupas e corpo. verme. me dá asco saber que estás vivo. digo, vegetando. eu vivo! vegete o teu estado negado por motivos pelos quais não faço ideia ou manifesto curiosidade mínima em saber. renegue o que era e esqueça em cada gole de cachaça. pois dessa vida, nem a sobriedade há de levar. aproveita a minha compaixão nesses breves minutos. toma esse dinheiro que joguei no chão. compre uma cachaça barata. e sinta-se o ser mais inútil desse mundo. pois eu, eu tenho valia e meu coração é nobre. o teu não vale um cobre.

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