mesmo quando estamos apenas com os pés molhados
(sabe aquela sensação de limpeza quando lavamos os pés?
você até dormiria assim, não é mesmo?)
é tempo de contar o dinheiro
e andar de cabeça para baixo, atento, para achar moedas perdidas
torcer para encontrar uma cédula num dos bolsos de qualquer bermuda
porque o mês está apertado e a nos apertar
é hora de saber que palavras desafogam uma pessoa
e causam um trânsito na família por alguém perder o senso de direção
o momento é desligar os motores e ir trabalhar com a bicicleta
mesmo com o calor, preciso desligar o ventilador que sopra em minha cara
ir para a rua e sentir o vento a secar a pele molhada de suor
sentir a camiseta molhada gelar
a simplicidade de um pão e a complexidade do sabor
o silêncio de um bebê que nos diz tanto
rugas dos velhos marcados pelo sofrimento
solidão de quem tem centenas de amigos
pensar
pesar
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