quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

não vejo

sento para não ficar de pé
sentado, preciso levantar
caminho com dificuldade
o peito dói
quando meu corpo vai me respeitar?
preciso desvendar as causas
sorrir para meu rosto sem olheiras
compreender as passadas difíceis
os movimentos lentos
acreditar numa fé própria
para esquecer o mal que isso me faz
espero uma cura
autocura
um milagre
não vejo
que santo me ajudaria
além dos três anjos aqui na terra?
Minhas asas doloridas
desejam alçar voo
leve, bem leve
entre pessoas incomuns
apressar o meu passo
sem que isso me aborreça
esmoreça
titubeie
não quero sentir a dor de meus músculos
quero minha coluna no lugar
quero correr sem marteladas
sem agulhas nos calcanhares
inspirar fundo
lentamente
inflar os pulmões
ao máximo
sem respirações curtas, de agonia
de adrenalina descontrolada
e quando não houver alguém por perto
ou estiver só
apavorado
que nada disso exista
nem mesmo em pesadelos
nem mesmo em devaneios

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