terça-feira, 25 de setembro de 2012

um homem solitário com um cigarro

o fumante é solitário. sua única companhia é a palha a brasear. com ela a arder, põe-se a conversar. pensamento é o envolvimento com esse objeto inanimado, que ganha vida ao ser queimado. por alguns minutos, a fumaça sinuosa mostra-se tão indefesa. essa pessoa acredita sair ilesa. pois não. o vício é frenético. assim como a solidão do homem pós-moderno. ele é capaz de trocar o tabaco por bocado de palavras sinceras. deseja esquecer o parceiro inebriante, por vezes, sufocante. ainda assim, essa parceria dura até o fim. quem vai primeiro? tenta livrar-se dele, mas ninguém olha para ele. precisa de alguém sincero. que não custe quatro euros e vinte. enquanto isso, outro cigarro é aceso.

Nenhum comentário: