quinta-feira, 19 de agosto de 2010

papo entre mãe dogmática e filho

sentirás as pernas fracas, meu caro filho. quando isso acontecer, lembrarás de teu velho pai de bengala, caminhando a passos lentíssimos e reclamando das dores pelo corpo. assim como ele, você herdou a mesma doença. doença essa repassada de seu avô para seu pai. dizem os médicos que a genética de vocês é fraca. a genética por parte da família do falecido. que Deus o tenha. o corpo não absorve a quantidade de cálcio necessária para fortalecer os ossos. já a minha é forte. tenho meus 95 anos e ainda faço muita coisa. Isso é o que eles dizem. para mim, que não passo de uma mãe velha, é coisa de maldição. os antepassados de teu pai devem ter aprontado muito em vidas passadas. agora, as gerações seguintes carregam o peso da culpa nas costas. vamos ver até onde isso vai chegar. a tua mulher está grávida. rezemos para a coisa parar por aqui. rezo também, para que tu não sintas nada. não sofra. muito menos o meu neto, que ainda nem veio ao mundo. para mim, mãe, as coisas não são bem assim. tudo acontece porque a vida quer nos dizer algo. precisamos prestar atenção e decifrar os códigos. tudo depende de códigos e chaves de ativação. os códigos são liberados por essas chaves. elas na verdade não existem, pelo menos fisicamente, mas existem. estão na consciência de cada pessoa. decifrá-las fará toda a diferença para as mudanças. é o aperfeiçoamento da vida, mãe. estamos aqui para melhorar... esquece, filho. esquece. você não terá problemas com os ossos, mas sim com a cabeça.

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