sábado, 10 de outubro de 2009

breve inércia

O vazio no meu peito, inerte na imensidão de teus sonhos, se desfaz em meio ao caos produzido por pensamentos vagos. Me procuro. Encontro uma fuga na profundidade que alcanço quando me vejo em perigo. Desço dentro de mim. Subo ao topo do meu ser. Mentira. É difícil alcançar algo tão distante e abstrato. Sonhei ontem. De tão real, parecia imaginário. No tempo em que reservo para meu sono, permaneço mais acordado. É letárgico. Incontrolável leveza. As palavras explodiram em minha face. Escrevi e não gostei de nada. Não gostar do nada significa gostar de algo. O mais imcompreendido dos incompreendidos está aí, solto, pendurado nas paredes das galerias ou em baixa resolução na internet. A superfície do que me é vago paira em minhas perdições e incompreensões diárias. Detalhes simples, de decodificações complexas. Uma galinha não chocaria o mesmo ovo depois de nascido. Assim como um ovo não chocaria se não houvesse uma galinha para aquecê-lo. Um tiro no escuro, Chico, pode fazer lágrimas sangrarem. A casca de noz. Nós estamos em nossos pequenos universos, Sthefen. Temos medo, ou nos protegemos demasiadamente, da intromissão de outros mundos em nosso mundo. Há desespero e o grito não sai estridente pela boca até ferir ouvidos. O peito que estava vazio, se enche. Já estou cheio do vazio. O que fazer? Talvez, caminhar por aí, em busca das realizações dos meus sonhos sempre mais acordados do que eu, quebrando esta breve inércia.

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