quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

respirar

Acordou. Era o sonho se repetindo. A realidade lhe cumprimentando. Era acordar sem ar. O desespero saindo pela boca. Coração a todo vapor. O peito pesa e se amarra. Se imagina voando, solto no ar. Controlando respiração e equilíbrio. Haverá um novo talvez e sombras de dúvidas. Relembra quando a viu chegando. Sorrateira, forte, invisível e poderosa. Precisava lutar. Resistir ao desconforto de não enxergar as causas de tanta dor. Encontrar beleza para fugir daquilo que não sabe o que é. Abrir as janelas para o jardim da felicidade estável, mesmo acreditando que felicidade não é sensação, mas estado. Seja lá como for, a poeira ainda está em todo canto. Cabelos brancos dão sinal de espera e ainda chove na primavera. Dentro do meu peito, calcificando-se pelo que não vejo, sinto meu coração bater. E sinto a vida. Correndo ao meu passo lento. Assoprando uma vela, orando por vento. Pescando o leme de cimento.

Um comentário:

Anônimo disse...

Adorei o texto, demais. Extamente o me atrai. Já estou seguindo.

Um abraço!