quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

desculpas escritas por alguém

Carta selada, endereçada. Uma declaração, um pedido de perdão, para a amada: "Como és bela, minha mulher. Sinto saudades do teu cheiro doce, pela manhã, quando tomo meu café. Sem ti por perto, o pão permanece aberto, sem recheio e gosto. Que desgosto. Volta logo para me fazer companhia. Prometo respeitá-la e não farei com que sintas nostalgia. Os dias serão como no início: sem ponto de chegada. E partiremos novamente para uma vida a dois. Só não me digas depois". Dez dias após, o envelope retorna. Uma recusa? Carimbo dos Correios. Três datas. Destinatário ausente. Mudou-se. Se foi. Não se sabe para onde. Se sozinha ou acompanhada. Palavras ao fogo. Um e-mail seria mais rápido e menos doloroso. O adeus, irreal.

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